A Estação Ecológica do Taim confirmou nesta quarta-feira (31) que um de seus funcionários apresentou sintomas gripais e, por precaução, está em isolamento. Ele atua na região onde foram encontrados os cisnes-de-pescoço-preto e uma caraúna mortos. Com a confirmação de que os cisnes estavam com a gripe aviária (H5N1), o isolamento foi determinado até que os resultados dos testes feito pelo trabalhador determinem qual o tipo viral que o acometeu, embora a expectativa dos envolvidos seja de que se trata de uma gripe comum. Também nesta quarta, a Secretaria Estadual de Agricultura (Seapi) confirmou que a contagem de aves mortas chegou a 63 cisnes.

O chefe da estação, Fernando Weber, diz que o funcionário encontra-se bem, tendo apresentado um quadro de melhora, aguardando o resultado dos exames para sair do isolamento. Enquanto isso, a reserva continua fechada para visitação e para entrada de pesquisadores. O status se manterá até a situação voltar ao normal, sem aves mortas. As equipes seguem percorrendo a área, contando inclusive com um helicóptero da Patram, em busca de possíveis outros focos. A Seapi, através do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA), também tem feito visitas às propriedades privadas do entorno da Lagoa Mangueira, para orientações e verificações da situação sanitária dos animais. A BR-471, embora cruze a reserva, segue aberta para tráfego, já que as aves mortas estavam em local distante dali.

O diretor adjunto do Centro Estadual em Vigilância em Saúde (Cevs), Marcelo Vallandro, diz que o trabalho de atenção iniciou em março e, com os sintomas identificados no funcionário, foi optado pelo isolamento inicial de dez dias. "Como o rapaz estava na localidade, apesar de não ter tido um contato direto, manifestou sintomas e acabou-se, então, isolando e fazendo a coleta de amostras", explica.

Dicas de saúde para a população geral
Vallandro reconhece que a situação da Covid-19 ainda é um trauma recente e isso traz preocupações. "Mas a gente tem que entender que a ação da doença tem uma característica um pouco diferente do que aconteceu com a Covid até o momento", destaca. Ele aponta que o vírus da Influenza aviária já é conhecido em outras localidades, mas é uma novidade nas américas. "Isso liga um alerta."

Ele diz que a recomendação à população, por acontecer até o momento apenas em aves silvestres, é para que não haja contato com os animais, mesmo que mortos, e que os órgãos sejam comunicados imediatamente. "A transmissão para humanos não é tão fácil quanto aconteceu, por exemplo, na Covid", explica, dizendo que a passagem de aves para humanos só acontece com a exposição com carcaças e excrementos.

Já a contaminação humano-humano, apesar de já relatada, é bastante rara. "Não ocorreu o que a gente chama de sustentação dessa transmissão", diz o diretor. No entanto, evitar contaminações agora reduz riscos de potenciais mutações do vírus que possam mudar o cenário atual, relembrando a gripe suína, da H1N1, em 2009. Outras orientações feitas por Vallandro são as gerais de vírus respiratórios, como usar máscaras quando doentes, fazer afastamento e buscar assistência. "E, obviamente, nessa situação, que não manipule e que não tente pegar esses animais", reforça.

Orientações
Todas as suspeitas de Influenza aviária, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves, devem ser notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura através da Inspetoria de Defesa Agropecuária mais próxima ou através do WhatsApp (51) 98445-2033.

Sintomas a serem observados em aves:

- Dificuldade respiratória;
- Secreção nasal ou ocular;
- Espirros;
- Incoordenação motora;
- Torcicolo;
- Diarreia;
- Alta mortalidade em aves domésticas ou silvestres.